Vamos abordar aqui a importância destes componentes tão incompreendidos, negligenciados e mesmo desprezados até pelos melhores profissionais.
Mas fio é fio, correto? Tendo os conectores adequados ao uso pretendido, tá tudo certo. Não! Ao menos não no nível de equipamentos que o leitor desta revista possui ou pretende adquirir.
Os cabos, componentes indispensáveis à interligação dos equipamentos entre si e do amplificador às caixas acústicas, merecem ser escolhidos com o mesmo cuidado e atenção que os demais equipamentos, como o projetor, o processador, o Disc Player ou o amplificador.
Não podemos nos esquecer de que qualquer sistema é tão bom quanto seu elo mais fraco. E isto vale para qualquer elemento, até mesmo a tomada de força da parede, o cabo de alimentação, os filtros ou condicionadores de rede.
Os cabos de um sistema de áudio ou home theater high end são ainda mais importantes, pois detalhes, sutilezas e nuances que não existem ou são obscurecidos em sistemas mais modestos são expostos de maneira muito explícita em sistemas de alto desempenho.
E se os cabos não permitirem que todos esses detalhes e nuâncias, ou as gradações dinâmicas da gravação de uma orquestra ou um filme de ação sejam reproduzidos com fidelidade, muito da emoção esperada ou pretendida se esvai como areia fina em mãos secas.
Mas como e por que os cabos high end ou de alta performance possuem este desempenho e seus primos pobres não?
Primeiro e mais importante que os demais fatores é a qualidade do material. E não estou falando apenas do metal condutor, mas também do material isolante, o famigerado dielétrico.
O metal em um cabo low end é cobre industrial, repleto de impurezas e com alto nível de oxigênio em sua composição molecular. Ou, pior, alumínio, um péssimo condutor elétrico.
Nos cabos de alta performance ou high end, o cobre é puro, no mínimo livre de oxigênio (OFC), ou melhor, feito de cobre com estrutura de agrupamento de moléculas de grão longo e de alta pureza (LGC/FPC/PSC). Ou mesmo de prata pura com as mesmas características (PSS).
Estes metais especiais permitem que o delicado sinal de áudio ou vídeo HD sejam transportados de um equipamento ao outro com o menor nível de perdas e distorções possíveis.
Os isolantes ou dielétricos dos cabos, fabricados de PVC reciclado nos cabos comuns, são em Teflon, HCF (Hard Cell Foam) ou mesmo em uma sofisticada e complexa construção onde o ar é o principal elemento isolador nos modelos de alta performance.
Estes materiais nobres têm baixo fator de absorção e retardo e alto isolamento elétrico, fundamentais para uma mínima interferência no delicado sinal elétrico sendo transmitido.
Mais, a geometria adotada para a confecção do cabo é decisiva no seu desempenho!
Em vez do cabinho paralelo "flamenguinho" e seus irmãos bastardos coaxiais ou mesmo os digitais/HDMI comuns, um verdadeiro cabo de alto desempenho adota configurações complexas de construção de modo a minimizar os perversos efeitos da capacitância e reatância no sinal, ao mesmo tempo que mantém uma alta capacidade de corrente.
Por último, mas não menos importante, os conectores: não basta ser banhado a ouro para assegurar qualidade. A maneira como é feito o banho, o material do conector e principalmente, como os conectores são ligados aos condutores fazem toda a diferença do mundo.
O melhor e mais perfeito modo é a soldagem a frio sob alta pressão, seguido da crimpagem com proteção de solda de prata.
Pelo exposto, muito brevemente vimos que é fundamental investir em cabos de áudio e vídeo de alta performance, se você quiser que todos os detalhes, as cores, os contrastes, e aqueles agudos suaves, os médios doces e os graves subterrâneos das suas melhores gravações sejam levados ao seu sistema de projeção e às suas amadas caixas acústicas os mais intactos e inalterados possíveis. Portanto, não economize nos cabos! É um investimento pequeno em relação ao total do seu sistema e o resultado é facilmente perceptível. Faz a diferença entre um bom sistema e um sistema realmente excepcional!
Texto de Luis Assib Zattar
Revista Som Maior - Ano 01 - Edição 01 - Março 2012
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